sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A minha alimentação | Mito vs. Realidade

Ouço muitas vezes comentários sobre a minha alimentação que me deixam a pensar no quão mal algumas pessoas me conhecem. No quão facilmente tiram conclusões por coisas que me viram fazer meia dúzia de vezes ou por alguma conversa que tenhamos tido.

Sendo assim, tenho reparado que há 2 tipos de opiniões sobre a minha alimentação: há quem ache que eu sou extremamente gulosa e que passo o dia a lambuzar-me em açúcar e há quem ache que em minha casa temos uma alimentação mais restrita que numa academia militar.

Tenho a dizer que estas duas visões do pessoal estão erradas.

Facto: eu sou extremamente gulosa. Eu adoro chocolates, gelados, alguns bolos. Mito: eu devoro tudo o que é doce. Até sou bastante esquisita e acontece-me muitas vezes acabar a comer um bolo ou um doce só por educação, para a pessoa que o fez não pensar que eu não gostei e não se sentir ofendida. Eu compreendo que algumas pessoas pensem que sou assim, porque me vêem a comer quando estamos em grupo, em festas de aniversário, ou almoçaradas que se prolongam tarde dentro. E não estou para me restringir nessas situações, que são situações esporádicas e não vão influenciar a minha vida e a minha saúde, porque não são o meu dia-a-dia. O que as pessoas não sabem é que quando chego a casa depois dessas almoçaradas, não consigo comer nem mais um grão de arroz e não gosto particularmente dessa sensação, de saber que comi demais, de estar inchada e cheia de comida até aos olhos. Já ouvi muitas vezes que "tenho sorte", que posso "comer sem engordar". Malta, isso é tudo mentira. E a prova disso é que eu já fui uma pessoa com excesso de peso, sendo que o auge do meu excesso de peso foram o 12º ano/1º ano de faculdade. Nunca cheguei à obesidade, mas já tive mais uns valentes quilos em cima. E, precisamente por saber que não sou uma pessoa com sorte, a minha alimentação quotidiana é bastante regrada. Não passo fome, nem sou uma infeliz, como muitas pessoas também pensam. Se um dia me apetecer comer um bocado de chocolate ou comer uma pizza, eu vou comer um bocado de chocolate ou uma pizza. Ou as duas coisas, se for preciso, embora agora que penso nisso, acho que seria uma combinação esquisita. No meu dia-a-dia, eu como aquilo que sei que me vai fazer sentir bem, com energia e, sobretudo, com saúde. 

Só bebo água, por exemplo, mas isso para mim não é um sacrifício. Não me venham falar de sumos e tisanas e tretas, tudo o que não é água/chá (feito em casa) leva açúcar. Doses industriais dele. E o chá mancha os dentes, por isso mantenho-me na água. 

Como imensos legumes. Imensos. A todas as refeições. Evito carnes gordas, evito farinhas brancas. Se sou uma infeliz por isso? Não, nem por sombras. Como coisas que me sabem bem comer, com a vantagem de saber que me vão fazer bem. Não acredito que "qualidade de vida" seja enfardar tudo o que nos apetece porque assim é que somos "felizes", a comer tudo aquilo que vai dar cabo da nossa saúde. Mas também não acredito em fundamentalismos. Acho que há espaço para tudo. 

A minha prioridade é a minha saúde.

Depois, há que saber fazer escolhas dentro daquilo que faz sentido para cada um de nós, porque somos todos diferentes. Por exemplo, eu moro com uma pessoa que pode devorar bolachas de chocolate todas as semanas, comer pão à vontade, beber sumos de fruta e não engorda. É o metabolismo dele. Mas não é o meu. Por isso, o que costumamos fazer é: eu sei que as bolachas de chocolate estão ali, dentro do armário. Mas faço de conta que elas nem existem. No momento de preparar o jantar, vou cozinhar carne/peixe/ovos e legumes para os dois, mas hidratos faço só para ele. Só faço para mim se tiver treinado recentemente ou se formos fazer uma caminhada a seguir. Ah, e já agora, antes que as feministas se insurjam, quando eu cozinho, ele é que lava a louça. Aqui é tudo a meias.

Enfim, podia estar aqui horas a narrar os nosso hábitos alimentares e de exercício físico, mas cada um é como cada qual e o que funciona para nós, pode não funcionar para outras pessoas. 

Mas, isto tudo era para dizer que não, eu não como doces todos os dias (nem faço questão de os comer), nem sou uma pessoa cheia de sorte, que come e não engorda. Também não sou uma obcecada pelas dietas. Sou uma pessoa saudável, com um peso saudável e que se esforça por viver em equilíbrio, por aprender mais sobre mais coisas e tentar aplicar esses conhecimentos ao meu dia-a-dia. 

11 comentários:

  1. Como em tudo na vida, o segredo é o equilibro e, para quem não tem a sorte de ser abençoado com um metabolismo de velocidade super sónica, é necessário ter alguns cuidados.
    Tal como tu, também sou gulosa - mas a minha verdadeira perdição são os salgados - mas sou extremamente esquisita com doces. Posso gostar de doces, mas é muito difícil encontrar um que goste verdadeiramente.

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  2. Se uma pessoa quiser comer sem preocupações e sem exercício físico, tudo bem. Se não quiser comer e passar fome, tudo bem. Se quiser ser saudável e equilibrar tudo, tudo bem também. Porque cada um sabe de si. As pessoas não têm que opiniar, especialmente sem conhecimento de causa.

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    1. Ah, mas opinam. Aliás, opinar sem conhecimento de causa é das coisas que o pessoal mais gosta de fazer =P

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  3. "Como coisas que me sabem bem comer, com a vantagem de saber que me vão fazer bem. Não acredito que "qualidade de vida" seja enfardar tudo o que nos apetece porque assim é que somos "felizes", a comer tudo aquilo que vai dar cabo da nossa saúde. Mas também não acredito em fundamentalismos. Acho que há espaço para tudo. " E com isto disseste tudo! Totalmente de acordo!
    beijinhos
    https://direitoporlinhastortas-id.blogspot.com/

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    1. Bem, se tu estás de acordo é porque alguma coisa estou a fazer bem! (=

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  4. eu sou muito regrada com os doces mas sou uma gulosa de primeira qualidade. Assim, para não comer à fartasana, tento não os ter em casa. Mas sou como tu, se os há como, mas depois reduzo na refeição seguinte. Há que controlar. Sou daquelas que até o ar engorda, lol

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    1. Eu não os posso comer sempre que há, se não estou mal arranjada. Mas como de vez em quando (;

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  5. Eu sou um desastre com a alimentação, mas tenho consciência disso e tento mudar. Da mesma forma que não quero que ninguém me venha com conversas sobre a forma como me alimento, não o faço com os outros. Cada um saberá o que faz com a sua vida, o seu corpo.

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