Pois é, pois é... Começou 2014 e acabou-se a festa. Agora volta tudo à rotina normal, volta tudo ao trabalho, às contas, ao dinheiro que não chega para nada. Volta tudo ao mesmo de sempre, mas com uma fé renovada em coisas como "este vai ser O ano". Será que vai? Espero que seja, pelo menos, melhor que o ano passado. Eu por cá, nem me posso queixar muito. Comecei 2014 a saber que o meu namorado está no último capítulo da tese de doutoramento (festaaaaa!) e que a EDP me vai devolver dinheiro (bem me parecia que não podia andar a gastar assim tanta luz).
E ao fim da tarde lá vim eu, no meu carrinho miniatura, debaixo duma chuva torrencial e a rezar para não morrer algures pela A25. Não morri, mas pensei várias vezes nisso. Já estou de volta a esta cidade estranha e que, no entanto, já me começa a ser familiar. A esta cidade onde o frio rasga a pele e perfura a carne até encontrar os ossos, onde se instala confortavelmente até nos fazer doer o corpo todo. A esta cidade que me está a mudar o sotaque (e não, não me orgulho particularmente disso). Às vezes penso que vou fazer as malas e voltar para casa, deixar isto tudo, sem sequer pensar duas vezes... Mas não posso. Pelo menos, não para já. Para já, tenho que ficar aqui. Para já, a minha vida vai continuar a ser casa-trabalho-ginásio-casa. Para já, vou continuar a ter saudades (sem, por isso, ficar com mais dinheiro no banco). Para já. Mas as coisas vão mudar. Têm que mudar. E eu estou a fazer por isso.
Conselho para 2014: se só arranjam trabalho longe da vossa família, só vale a pena aceitarem-no se for para ganhar bem. Senão, deixem-se lá de coisas. Ninguém vos vai dar mais valor pelos sacrifícios que fazem, podem acreditar.
E, para já, para já, vou enroscar-me no sofá, debaixo da minha manta, com uma chávena de chá quente a ver filmes e a tentar não pensar muito em quem ficou para trás. Para trás, onde eu também gostava de ter ficado.
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