... e nada para vestir. Porque uma coisa é velha, porque já estou farta da outra, porque na verdade o que eu queria mesmo, mesmo, mesmo era poder comprar aquele vestido ou aquelas calças ou aquela camisola, mas não posso. Porque o dinheiro não chega, porque é preciso poupar e é preciso ter cabeça. E cabeça, eu tenho. Dinheiro é que já nem por isso.
Mas, às vezes, tenho vontade de pegar na minha roupa toda e enfiá-la no lixo (ou dá-la a uma instituição, vá, vamos ser politicamente correctos) e comprar tudo de novo. Mudar a roupa, mudar os sapatos, mudar os acessórios, mudar as carteiras, mudar tudo. Mergulhar num estilo completamente novo. Ai, como é bom sonhar... Já tenho sorte se puder ir ali à feira de Custóias e comprar umas cuecas novas (o que não era assim tão mau. Afinal, o que conta é a beleza interior) e um par de meias a condizer, que isto agora está frio e uma pessoa tem que se precaver, que a gripe é uma coisa tramada. E por falar em gripe, já estou a sentir aqui uma dor miudinha nos ouvidos, que é bom que passe durante a noite, que isto de ser uma colónia de vírus com pernas não é nada que me apeteça muito.
Mas, voltando à temática do guarda-roupa, quem é que nunca olhou para um armário cheio e acabou por dar meia volta e resignar-se a passar o dia de pijama no sofá? Pois é, pois é. A crise tem destas coisas. O dinheiro só chega para as contas (às vezes, nem para isso) e quem gosta de, volta e meia, comprar uns trapinhos novos (como eu), fica a chuchar no dedo, que para isso ainda não é preciso pagar IVA (palavra chave: ainda).
Tenho dito!
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