Ultimamente, o Porto anda nas bocas do mundo. Melhor destino europeu pela segunda vez, tem o McDonald's mais bonito do mundo, tem uma das livrarias mais bonitas do mundo (a famosa livraria Lello, que já conta com mais de 100 anos), tem uma arquitectura única e uma história singular. Quando eu digo a alguém que sou do porto a resposta é sempre uma destas duas "não conheço, mas já ouvi falar muito bem" ou "já lá estive e adorei!".
Nos últimos anos, as ruas da baixa do porto encheram-se de turistas. É impressionante como, de repente, ficou mais difícil encontrar alguém que fale português. É ver grupos de turistas com os seus guias e de máquina fotográfica em riste, é ver casais apaixonados que vieram fazer uma escapadela romântica, é ver famílias inteiras a apontar para tudo com um ar espantado. Não é para menos. O Porto é lindo. Mais do que ser lindo, o Porto é único. É diferente de tudo, com as ruas inclinadas, com os seus milhares de tons de cinzento, com o seu sotaque e as suas gentes particulares, com as francesinhas, com os barcos rabelos, com o rio Douro, o mar, a ribeira, as pontes, as muralhas, aquela decadência encantadora, tudo nos faz sentir que viemos parar a um lugar realmente especial.
O Porto é o sítio ideal para quem quer arranjar problemas... é tudo gente que ferve em pouca água. Mas também é o sítio ideal para quem precisa de ajuda. Podem precisar da coisa mais insignificante do mundo... que a rua inteira vai parar para vos ajudar. Como quando o meu carro morreu perto de casa da minha avó. Eu não fiz nada, fiquei só a olhar e em 5 minutos o funcionário do supermercado, o instrutor da escola de condução e um senhor que ia, simplesmente, a passar na rua puseram-me o carro a andar outra vez, diagnosticaram o problema e disseram-me qual era o melhor sítio para o levar. Assim, tão simples quanto isto.
Faz-me muita confusão viver num sítio onde as pessoas não se ajudam. Em Viseu, por exemplo. Adorei a cidade, é um sítio maravilhoso para se viver (cidade portuguesa com mais qualidade de vida e com todo o mérito), mas não é a mesma coisa. Não é a minha casa, para começar. E não há as mesmas pessoas. E aqui em Troyes, então, nem se fala. Desde do dia em que encontrei um menino que se tinha perdido da mãe e não houve uma única alma caridosa que se tenha oferecido para me ajudar (a mim ou a ele, porque ele já estava a chorar no meio da rua quando eu passei), fiquei mesmo desiludida. As pessoas aqui são simpáticas, mas falta-lhes o espírito ao qual tão bem me habituei.
Porto, Porto, Porto... que saudades que tenho. E que orgulho, também.
Costumo dizer que perfeito, perfeito, seria Lisboa com as gentes do Porto...gosto muito do Porto mas enquanto cidade não tocaria por Lisboa, mas as gentes do Porto são 5 estrelas...
ResponderEliminarFinalmente vou conhecer o Porto este Verão! Tenho uma grande curiosidade e uma grande vontade de conhecer essa cidade tão linda! Se tudo correr bem, vou passar três a V.N. Gaia e vou andar a passarinhar pelas ruas da cidade Invicta :)
ResponderEliminar