E porque é Dezembro, o mês do Natal, da neve e do frio (que aqui chegou em Outubro, mas pronto) nesta edição da rubrica vamos até... à Suécia! E o que é que vamos lá fazer? Vamos conhecer a Diana.
Não vou ser eu a apresentá-la, já que ela o fez de forma muito fofinha:
Não sei muito bem que queres que diga na apresentação...nunca fiz uma coisa destas, então estou assim meia envergonhadita.
Sinto-me como na televisão: "Olá, o meu nome é Diana, tenho 27 anos, sou médica-dentista e estou aqui sem maquilhagem no alta definição ahahah....ups! Queria dizer no crónicas de salto alto".
Moro na terra do frio, das pessoas loiras e com uma língua estranha (mas não impossível): Suécia! Dizem que há muitos ursos e alces por aqui, mas devo confessar que ainda só os vi em fotos, por isso digo sempre à minha mãe que estou relativamente segura! =)
Moro com a pessoa mais "anormal" de sempre (isto dito com amor, hehe) e que, consequentemente, se tornou parte da minha família, o que ajuda porque, quando se está longe, é sempre bom ter um bocadinho de "casa" connosco.
Neste momento, aguardo ansiosamente a chegada do Natal para voltar a casa e encher o peito de família, amigos e coragem para continuar longe de tudo o que me é mais próximo. E, claro, por causa das rabanadas e do bolo rei...ahaha.
Apresentações feitas, vamos à entrevista! (Nota: a Diana é uma pessoa muito à frente e mandou-me as respostas dela escritas de acordo com o novo acordo ortográfico. Nota da nota: eu não sou uma pessoa nada à frente e escrevi-as à moda antiga. Antes de se indignarem: a culpa é toda minha.)
1 - Há quanto tempo saíste de Portugal?
Esta é daquelas perguntas que quase que faz "doer" por te aperceberes de como o tempo passa. Quase 4 anos (para ser mais exacta: 3 anos e 10 meses).
2 - O que te levou a tomar a decisão de sair?
Antes mesmo de terminar o curso, já tinha a noção que uma vida digna em Portugal ia ser complicada de atingir, então sempre tive a ideia de trabalhar fora. Claro que ainda tive momentos de ingenuidade e acreditei num mundo cor-de-rosa e cheguei a mandar 3403090239 currículos para sítios onde nem sequer chegaram a olhar para eles. (Tivemos todos esses momentos, não te sintas mal). Nunca me imaginei onde estou agora...mas foi uma oportunidade que chegou de um dia para ou outro. Isto digo literalmente, porque só soube da entrevista no dia anterior e era em Lisboa. (Para quem não sabe, a Diana é do Porto). Fui, correu bem e 4 anos depois ainda não congelei neste frio!
3 - A saber o que sabes hoje, voltavas a tomar esta decisão?
Sim! Não me arrependo. Não é o mar de rosas que toda a gente que vive em Portugal acha que é a vida dum emigrante. É duro e custa ver que a vida em casa (Portugal) não pára. Perdes muitas coisas. Mas cresci, ganhei experiência, sei mais do mundo e de mim mesma. Custou e custa, mas vale a pena. Fez e ainda faz todo o sentido. (Faço minhas as tuas palavras)
4 - Descreve a tua experiência fora de Portugal em 5 palavras:
Crescimento, Saudade, Experiência, Liberdade, Autonomia.
5 - 3 coisas (coisas, não pessoas) que trarias de Portugal, se pudesses:
O mar (é uma coisa, não? :p), (ora aí está uma boa pergunta) o café (e os cafés onde passas horas com os amigos) e a francesinha (sendo eu do Porto há coisas que não podem faltar) (I hear you, sista')
6 - Em que é que sentes que a tua vida mudou, para melhor e para pior, com a tua saída de Portugal?
Ganhei uma autonomia que acho que em Portugal seria mais complicado de ter. (Vamos chamar-lhe "impossível".) Se calhar, ainda teria de viver às custas dos meus pais ou teria de fazer mais sacrifícios para conseguir a qualidade de vida que tenho hoje em dia. Consigo ter liberdade (e um bocado mais de estofo económico) para viajar e conhecer um pouco mais do mundo, outras culturas e pessoas.
Mas, também, e nas palavras dos pequeninos: estou mais crescida =)
Para pior, mudou no sentido de ter perdido momentos que não vou voltar a ter. Estar a quase 4000km de casa nem sempre é fácil, principalmente quando precisas de "casa".
7 - Um conselho que darias a ti própria, se pudesses voltar atrás no tempo:
Não tenhas medo, nada dura para sempre e no fim tudo corre bem.
8 - Um conselho para a nossa geração (e para as futuras) dentro e fora de Portugal:
O conselho que daria a mim mesma: não tenhas medo...vai em frente, se é o que queres. Se correr bem...espectacular! Se correr mal... é experiência e aprendeste, de certeza, como fazer melhor para a próxima. No fundo, coragem e mente aberta =)
9 - O que achas essencial mudar em Portugal?
Aprender a dizer que não, a não nos deixarmos pisar só porque temos medo de perder o emprego ou a posição. E de deixarmos de nos queixar... nós temos isso intrínseco em Portugal... somos sempre os piores em tudo, não sabemos fazer nada, nem somos ninguém. Não nos damos o devido valor. Depois de sair de Portugal é que te vais apercebendo que comparado com o resto do mundo...nós temos coisas mesmo boas! =)
10 - Onde te vês daqui a 5 anos? E daqui a 10?
Isso é uma pergunta muito difícil. A minha mudança para a Suécia foi de um dia para o outro, por isso é difícil saber onde me vejo daqui a 5 ou a 10 anos. Posso dizer que daqui a 5 anos ainda me vejo fora de Portugal... mas com umas "canalhitas" pequeninas a correr a minha volta!
Daqui a 10 espero que o nosso "cantinho a beira-mar plantado" já esteja mais estável de modo a que nós todos que estamos longe, e se ainda o desejarmos, voltemos para casa....and live happily ever after. =)
A Diana, no paraíso tropical que é a Suécia! |
Esta frase faz tanto sentido: "Não tenhas medo, nada dura para sempre e no fim tudo corre bem."...
ResponderEliminarÉ sempre nisto que gosto de pensar..!
Beijinho*
MR<3
@sagadaemigracao
Sim, concordo, faz todo o sentido (=
EliminarGostei como sempre! :)
ResponderEliminarAinda bem (= espero que esteja tudo bem por aí! beijinhos
EliminarUau, que entrevista. Eu, com 27 anos, sinto que Portugal já me estrangula!! :(
ResponderEliminarPortugal é um país com muito pouco para oferecer a nível profissional...
EliminarDiana prepara-te para os autografos, depois desta entrevista a tua vida nunca mais vai ser a mesma =) beijinho grande =)
ResponderEliminarAhahah =P
EliminarCláudia ja libertei agenda só para responder aos apelos dos fãs ahahah /diana
EliminarExcelente entrevista! Gosto sempre de ler estes casos de pessoas que, tal como tu, fazem vida lá fora. Resulta sempre como uma esperança de que se vocês conseguiram, nós também. A questão profissional aqui em Portugal é uma vergonha mesmo, não há como negar. E não podia estar mais de acordo quando ao "não deixar que nos pisem por um emprego", tão verdade.
ResponderEliminarRicardo, The Ghostly Walker.
Não deixa de ser triste gostarmos todos tanto dum país que não nos oferece nada e termos que fazer a nossa vida noutro lado...
EliminarRevejo-me um bocadinho em tudo o que ela diz, como sempre a opiniao n é muito diferente daquilo que é a vida fora de portugal, dura, com muitos altos e baixos mas com muita autonomia, liberdade, dignidade...
ResponderEliminarBeijinhos SM
gostei muito da entrevista alias como sempre
Prepara-te porque um dia vais ser tu a entrevistada e estes comentários em anonimato vão ter que acabar muahahah =P
EliminarGrande Diana! Foste um dos meus modelos, tu e a Raquel. Passados poucos meses segui-vos os passos, mas parei ligeiramente mais abaixo ;-)
ResponderEliminarAdorei! A Diana parece ser uma guerreira e eu adoro guerreiras :)
ResponderEliminarBolas, qualquer dia não resta ninguém em Portugal... mas é bom saber que os nossos emigrantes estão bem! Beijinho grande para vocês
ResponderEliminarAcho-te muito corajosa, a ti e a todos que são capazes de ir. Eu sinto que tenho tanto a dar, tantas competências que não estão a ser aproveitadas, mas tenho muito medo de dar esse passo, e sei que sozinha nunca o farei. Não por achar que vou ter saudades (não tenho muitos laços emocionais por cá), é mesmo medo do desconhecido.
ResponderEliminarPerdida em Combate