sábado, 5 de abril de 2014

Cedo demais

Por estes dias, faleceu o namorado duma amiga.
Foi assim, rápido, e num piscar de olhos o mundo tinha perdido mais um jovem. Morreu e deixou uma namorada de coração partido, uma família destroçada e os amigos desolados. 
Não o conhecia muito bem. Estive com ele uma ou duas vezes mas, mesmo assim, não consigo deixar de lamentar o que aconteceu. É daquelas coisas que nos deixa a pensar... a pensar que juventude não é garantia de nada. Aqui estamos nós, a fazer planos e a sonhar mais ou menos alto, sem nunca pensarmos que amanhã podemos já não estar aqui e que podemos nunca ter a oportunidade de realizarmos as coisas que queríamos. 
Todos conhecemos alguém, alguma história, alguma perda que ninguém previa e que pela lógica nunca devia ter acontecido. Todos conhecemos a sensação de perda, o saber que aquela pessoa nunca mais vai estar ali à nossa frente, que nunca mais a vamos ver, ouvir ou sentir. Que aquela pessoa acabou, desapareceu deste mundo e desta vida. Essa sensação consegue ser ainda mais agonizante quando a pessoa em questão, supostamente, ainda deveria ter "a vida toda pela frente". É triste, é mesmo muito triste. Depois, toda a gente pensa "e se?" ou "porquê?"... porquê aquela doença, e se eu tivesse visto que alguma coisa estava mal, porquê naquela hora, naquele dia? Mas não adianta. Não é culpa de ninguém, é a vida que é mesmo assim. Só resta reunir os cacos e seguir em frente. Dar tempo ao tempo para que as feridas curem e os ânimos levantem. Fica lá sempre aquele buraquinho, aquela falha com que aquela pessoa nos deixou.

Este texto é para todos os que partiram cedo demais e para todos os que cá ficaram a chorar as suas perdas. Que os primeiros estejam em paz onde quer que estejam e que os segundos nunca os esqueçam e arranjem sempre um lugar para guardarem com carinho as suas memórias.

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