sábado, 19 de abril de 2014

Primeiras impressões

Não sou pessoa de causar uma boa primeira impressão. Toda a gente tem uma grande tendência a achar que sou arrogante, já me chamaram snob, tímida, que tenho a mania... Não sei porquê... Estou a brincar, sei sim. E sei muito bem.
Eu não sou tímida. Eu simplesmente já tive a minha dose de más experiências (disse ela, do alto da sabedoria dos seus 25 anos). A sério, pode parecer frescura minha, mas não é. O divórcio dos meus pais foi daqueles divórcios mesmo de filme. Toda a minha família, aliás, é digna de um filme, como já referi num texto anterior. Tenho a perfeita noção de que isso me marcou para toda a vida (sem dramas, ok? Estou em paz com isso. Não estou a dar uma de coitada, porque não sou coitada nenhuma) e que nunca vou ser o tipo de pessoa que 5 minutos depois de conhecer alguém já está a combinar festas de pijama. Não gosto de dar confiança logo no primeiro contacto, não gosto de estender muito a conversa, não gosto que saibam da minha vida, não gosto e pronto. Não gosto de dar abraços, não dou guinchos quando recebo prendas (mesmo que goste delas), e até me sentir perfeitamente à vontade com alguém, é muito difícil arrancarem-me uma frase com mais de dez palavras. Tenho amigos que me cheguem e, claro, são sempre bem vindas as novas amizades, mas comigo uma amizade demora o seu tempo a formar-se. Eu preciso de ter a certeza que aquela pessoa é de confiança (tanta certeza quanta é possível, pelo menos), que não vai trazer mais drama para a minha vida. Percebem? É só isso, tenho um grande problema com gente dramática. Não é que eu não simpatize convosco, que ache que ninguém no mundo me chegue aos calcanhares, não é que eu não pondere sequer a hipótese de um dia virmos a ser amigos. Mas, com calma, sim? Um passo de cada vez, porque senão não dá. Sempre me fez imensa confusão aqueles grupos de amigos "inseparáveis", daqueles que até na casa de banho têm que estar a comunicar uns com os outros de alguma forma e, depois, de um dia para o outro, já ninguém é amigo de ninguém, a namorada dum anda com o namorado doutra, o X pôs um pé em cima do hamster do Y e odeiam-se todos de morte e já ninguém se fala. Não há espaço para esse tipo de dramas na minha vida.
Ora, todas estas minhas características, aliadas ao facto de até gostar de andar na rua bem vestidinha e de haver muita gente que, simplesmente, gosta de falar mal, leva a que muita gente pense, erradamente, que eu sou uma cabra de primeira. Não sou, gente. Às vezes, até devia ser mais um bocadinho. Agora, não vale a pena estarem à espera de um sorriso de orelha a orelha mal acabarem de me conhecer. Às vezes, nem um ano depois de me conhecerem, se a convivência não for suficiente. Eu sou assim mesmo... Não é maldade. É auto-defesa (e um bocadinho de falta de paciência, às vezes, também).

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