sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Eu, maníaca da ortografia me confesso

E da gramática, também, mas o título já estava demasiado comprido.

Não, eu não sou nenhum Luís de Camões, nem nenhum José Saramago. Se bem que este último tinha ali um problemazeco com a pontuação, portanto vamos mudar a frase e dizer que não sou nenhuma Florbela Espanca. Quero com isto dizer que estou longe de ser uma especialista da língua portuguesa, no entanto, tenho os meus próprios padrões de qualidade e detesto dar erros de português. Detesto dá-los e detesto lê-los.

É com muito orgulho que vos digo que tenho vindo a melhorar ao longo dos anos. Quando andava na escola, era aquela amiga irritante que, antes de vos responder a uma sms, vos mandava a correcção dos erros da vossa mensagem. Continuo a fazer isto, mas muito mais disfarçadamente, tentando não corrigir descaradamente a pessoa, mas dando-lhe a oportunidade de reparar na asneira que escreveu, tentando usar a palavra que foi mal escrita noutra frase e escrevendo-a bem. Também faço isto quando comento blogues, não é por mal, mas não me consigo controlar.

Exemplo:  se alguém me pergunta "Achas que a Maria trás o Manel?", eu vou responder "Acho que sim, que ela traz o Manel". Uma coisa subtil, ou não acham?

Eu não quero ser irritante, não quero mesmo, e até admito que sou eu a esquisitinha, mas o que é que posso fazer? É uma coisa que escapa ao meu auto-controlo. 

Para terem uma noção de até que ponto sou sensível a este assunto, já cheguei, nos meus tempos áureos de moça jovem, a cortar conversa com rapazes por receber a seguinte mensagem: "Dormis-te bem?". Dormis-te??? É dormiste, pá, e já agora, esquece, que está mais que visto que isto não vai dar em nada, está bem? 

Este verão tive que ouvir os meus irmãos a usarem a expressão "por causa que". Até se me arrepiam os pêlos da nuca só de me lembrar. Lá expliquei que não se diz "por causa que", diz-se "porque". E passado meia hora, pumba, outra vez o "por causa que". Foi preciso um esforço sobre-humano para me conseguir controlar. Consegui, mas não façam mais isso, está bem, meninos?

13 comentários:

  1. Não estás sozinha nessa "luta" =). Só corrijo se tiver confiança com a pessoa, mas que os erros ortográficos (pelo menos os mais flagrantes) me fazem tremer a vista...ui, se fazem!
    (E mesmo em relação a conversas com rapazes: been there, done that ;)).

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    1. Eu não quero saber da confiança, corrijo e pronto =P

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  2. Sou como tu, erros ortográficos é coisa que me tira do sério!

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  3. Também tenho paranóia com isso. Não sou grande expert em português e sempre que tenho alguma dúvida antes de escrever vou pesquisar. Às vezes arrepio-me com pessoas com tanta mania por terem grandes estudos e dão erros tão mas tão básicos, que só me pergunto se as pessoas não fazem revisão daquilo que escrevem antes de publicar?!
    Bem Sofia só te peço que sempre que me apanhes um erro me digas, eu agradeço =) Beijinhos

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    1. Combinado, se algum dia te apanhar "em falta", eu aviso-te =P hehehe

      Beijinhos

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  4. Olha... este texto podia ter sido escrito por mim!! Ahah! :P é que é tal e qual, do princípio ao fim ;) é mesmo coisa para me dar urticária.

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  5. Engraçado que nunca ouvi essa expressão do "por causa que" será do local onde vivem? Há expressões assim, habituais em certos locais que noutros não se usam :)

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  6. Por vezes aprecebo-me que não escrevo de forma correta e é mau :p

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  7. Oh, que pena que és assim! Deve te dar muitos aborrecimentos.
    Existe uma coisa que é a linguagem oral, geralmente cheia de expressões em calão e erros, e a linguagem escrita, geralmente um pouco mais cuidada. Se tivéssemos todos nascido nos anos da ditadura ainda se entenderia essa repulsa aos erros gramaticais e ortográficos. Mais ainda aos da linguagem oral. Mas nos dias que correm? Por vezes é preciso um dicionário próprio para descortinar a linguagem da juventude!

    É a evolução social, é mesmo assim. Referi os tempos da ditadura porque o ensino era rígido, com correcções inflexíveis e muitas vezes impostas com recurso à violência física e verbal. Tenho sempre um pouco de pé atrás com os «nazis» da gramática. Essa inflexibilidade toda não é positiva. É bom deparar com alguém que se preocupa e nos faz melhorar, mas alguém humilde, que perceba que somos todos diferentes. Infelizmente tenho observado que muita gente (sim, escrevo gente porque é gíria de calão verbal herdada do Brasil) que o faz exibe grande soberba, o que lhes cai mesmo mal. E depois, como ninguém é infalível, os que tendem a corrigir os outros também cometem erros. Por vezes de ignorância factual. E quando é gramatical, quase se penalizam gravemente por isso ou se enchem de desculpas. Menos... Não é preciso stressar (ou estressar) tanto. Só faz mal à saúde.

    Não digo que seja o teu caso, estou apenas a fazer uma análise com base em observações do quotidiano.

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  8. Somos duas! Também abomino erros ortográficos. Uma coisa são lapsos, isso acontece, agora erros.... e muitas vezes estamos a falar de pessoas com curso superior! Choca-me...

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  9. Também acho alguns erros irritantes, mas não costumo corrigir ninguém, até porque a questão da correção, gramatical ou outra, é um pouco circunstancial e deve-se a imensos fatores externos.
    Gostei da correção, pontuação máxima para a subtileza :P

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