sexta-feira, 11 de abril de 2014

Belisquem-me, para ver se é verdade...

Já tenho data para ir embora. Disseram-me ontem quando é que tinha que estar em França. Depois de ler o e-mail, tenho ideia que andei às voltas na sala durante uma boa meia hora. Depois quis ir enfiar-me na cama, com a cabeça bem escondida por baixo dos lençóis e fingir-me de morta. Mas não pude. Em vez disso, tive que andar a ver preços de bilhetes de avião e horários e etc. e tal (avisarem uma pessoa que vai mudar de país com menos de 2 semanas de antecedência não se faz, pessoas), avisar a família, avisar os amigos (só alguns de cada grupo, que o tempo não chega para tudo e o meu sistema nervoso também não).
Por muito que eu queira ir embora, corrijo, por muito que eu precise de ir embora, agora que está quase a acontecer, agora que é mesmo real, sinto-me como se me estivessem a querer arrancar a sangue frio uma parte muito importante de mim. Uma parte que eu não sei o que é, só sei que ela vai ficar aqui, presa ao país, à cidade, aos amigos, ao namorado, à família... Um bocadinho de alma que me vai ser roubado e que acho que nunca me vai ser devolvido. Ainda estou a tentar perceber ao certo como me sinto com tudo isto. Acho que, para já, as sensações dominantes são o nervosismo e o medo. 

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