sábado, 12 de março de 2016

Book review #2

Antes de mais, e sendo este um post sobre livros, gostava de começar por falar duma coisa que me incomoda bastante. Há muito boas pessoas por aí que gostam de dizer, com o ar mais erudito do qual são capazes, a seguinte frase: "Desfolhei um livro". Malta, se realmente desfolharam um livro, então deviam dar duas chapadas na cara a vocês mesmos, porque isso é muito feio. O que vocês querem realmente dizer é que folhearam um livro.

E, dado por concluído este meu pequeno momento de serviço público, vamos ao que interessa.

Tenho andado a falhar redondamente numa das minhas resoluções para 2016, que era de ler dois livros por mês. Mas redooooondamente, meus amigos. Estamos a meio de Março e eu tenho apenas três livros dos quais vos falar, sendo que um deles foi lido ainda em 2015 (ups!), mas é assim a vida e mais valem poucos que nenhum. Vou fazer um esforço daqui para a frente, palavra de escuteira*.

E então, que livros tenho eu para vos apresentar, perguntam vocês? (Se não perguntaram, deviam.) 



Comecei a ver a série "Younger" e, não sendo a série mais brilhante de sempre, era uma série que dava para passar bem o tempo. É daquelas séries básicas e descomplicadas, que não nos fazem pensar. Por isso, e porque às vezes gosto de coisas descomplicadas e que não me façam pensar, decidi dar uma oportunidade ao livro. A história é sobre Alice, uma mãe e dona de casa dos subúrbios que, acabada de se divorciar, vê-se a precisar de um emprego. O mundo profissional que tinha abandonado muitos anos antes revela-se impiedoso para alguém com a sua idade e falta de experiência, pelo que, com o incentivo da sua melhor amiga Maggie, põe em marcha todo um plano para se tornar numa pessoa nova e, sobretudo, mais nova. A minha opinião sobre o livro é a mesma que sobre a série: não sendo brilhante, dá para passar bem o tempo.



Ok, quem me conhece vai achar esta compra extremamente estranha para mim. Eu não compro livros de auto-ajuda, eu não acredito em livros de auto-ajuda (mas também não sou contra). No entanto, houve algo nesta capa que me atraiu imensamente, já estava eu na fila da caixa da Bertrand quando lhe pus os olhos em cima e tive que o trazer o comigo. Foi escrito por um psicólogo espanhol, ele próprio pouco defensor de livros de auto-ajuda. Todo o livro anda à volta daquilo que ele acha essencial para uma vida mais feliz e que (diz ele) é o que tenta transmitir aos seus pacientes: na realidade, é preciso mesmo muito pouco para se ser feliz. As nossas reais necessidades são coisas extremamente básicas e tudo o resto, que tomamos por "necessidade" com os nossos constantes "preciso disto, daquilo e de mais um par de botas" são extras, que podem contribuir para a nossa felicidade, mas dos quais ela não deveria depender. Meus amigos, se há pessoa neurótica no mundo, sou eu. Sou daquelas pessoas que está constantemente a planear qualquer coisa, a pensar em tudo e em nada ao mesmo tempo e isso traduz-se num estado de ansiedade quase constante (tenho vindo a melhorar com o tempo, mas é algo que envolve muito esforço e auto-controlo). Claro que este livro não mudou a minha vida - continuo a cismar em tudo e mais alguma coisa - mas ajudou-me a ver as coisas por outro prisma. Fiquei contente por o ter comprado e ter perdido algumas horas a lê-lo.



Já tinha falado deste livro no meu post dos favoritos de Fevereiro. Esta história é absolutamente brilhante. Não por poder vir a ganhar um Prémio Nobel da Literatura (que, já agora, não pode), mas porque retrata uma história real. O livro fala da vida dum menino indiano, o autor, Saroo Brierley, que se perde da sua família por acidente, acabando por ir parar às ruas de Calcutá, uma das cidades mais densamente povoadas no mundo, onde a miséria, a violência, a poluição e a pobreza se juntam para criar o pior pesadelo duma criança sozinha. Mas, a vida é feita de acontecimentos que, muitas vezes, levam a um final feliz. Saroo acaba por ser recolhido das ruas e é adoptado por um casal australiano. Já adulto, instruído e a viver uma vida confortável a muitos quilómetros de distância do seu país de origem, decide procurar a sua cidade natal, servindo-se, para isso, do Google Earth e das memórias que tinha da sua infância na Índia, há muito deixada para trás. Após uma longa procura, acaba por conseguir encontrar tanto a sua terra natal, como a sua família biológica. 
Este livro ajudou-me a dormir melhor à noite, pela simples razão de que uma pessoa não consegue evitar aperceber-se da sorte que tem quando se depara com uma história brutal como esta. E durante toda a leitura dava por mim a pensar "Uau, isto aconteceu mesmo!". Um livro que aconselho, sem dúvida.

E pronto, era isto que tinha para partilhar convosco. E desse lado, o que é que têm andado a ler?


*Não me ia sentir bem comigo mesma se não esclarecesse aqui que nunca fui escuteira.

12 comentários:

  1. Sofia, tens de ler a Elena Ferrante!!!

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  2. O último livro deve ser mesmo bom adoro tudo o que seja historias reais !
    with love, KATE ❤

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  3. Por acaso não conhecia nenhum! O último despertou-me bastante a atenção!
    beijinhos
    http://direitoporlinhastortas-id.blogspot.pt/

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  4. O último suscita-me curiosidade! :)
    Estou a ler de momento o 3º de uma saga, És o meu destino, da Lesley Pearse. Infelizmente, por falta de tempo, ainda estou no início. Mas é uma autora que nunca me desilude :)

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  5. Gostava de ler o primeiro. Eu sou fã da série Younger, faz-me sempre rir e sentir-me mais descontraída!

    http://venus-fleurs.blogspot.pt/

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  6. Acho que fiquei curiosa em relação a todos!!!

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