À semelhança da rubrica "Pedaços de fim-de-semana", esta era uma rubrica que já há algum tempo que eu queria ressuscitar, mas a oportunidade não se dava. Pois bem, acabaram-se as desculpas graças à Uma no Cravo, a minha entrevistada para hoje!
Passo a apresentar:
Nasci no início dos anos 90. Numa
segunda-feira de Junho na bela capicua - 1991. Os meus pais decidiram chamar-me
Ana Judite mas chamam-me sempre Ju. Cresci em Vizela mas quando penso em casa, penso no Porto, porque fui para lá morar aos 16 anos. Fui atrás de um sonho –
ser actriz! Estudei Teatro, pisei palcos... mas depois percebi que precisava
de outros sonhos, sonhos que jogassem melhor com a minha realidade. E ando
desde então atrás deles. À procura do “meu lugar no mundo”. Os requisitos:
Criatividade e Comunicação. Daí o decorrer do meu CV... quiçá, daí a criação do
meu Blogue. Sou um ser de personalidade vincada (“mulher do norte”), lágrima
fácil e sorriso largo.
1 – Há quanto tempo saíste de Portugal?
Saí
de Portugal em Junho de 2017.
2 – O que te levou a tomar a decisão de sair?
Já
há muito tempo que queria morar fora do país... Sem prazos ou grandes planos,
só pela experiência. Na Faculdade não tinha dinheiro para fazer Erasmus e isso
só veio atiçar o bichinho. Quando fui morar com o meu namorado percebemos que
ele também tinha essa vontade. Estávamos muito inclinados para Dublin, porque
podia oferecer coisas boas em termos profissionais aos dois e já íamos com a
língua sabida. Mas, um dia, o meu namorado mandou uns CVs (penso que dois ou
três) à sorte a e recebeu uma proposta da Suíça. Enquanto fazíamos planos no ar
a vida pôs em cima da mesa o "Querem sair, aqui está, e agora?". E
não tínhamos como dizer que não.
3 – A saber o que sabes hoje, voltavas a tomar a mesma decisão?
Sim!!!
Nunca me arrependi. Ajuda o facto de termos vindo sem pressões. O nosso lema é
"ficamos lá enquanto gostarmos de estar lá". Não tem sido fácil, mas
tem sido muito recompensador! Estou muito feliz. Não trocava por nada as
coisas que já aprendi e as pessoas que já conheci.
4 – Descreve a tua experiência na Suíça em 5 palavras.
Nunca pensei, mas estou aqui. (5 palavras que resumem mesmo tudo).
5 – 3 coisas que trarias de Portugal, se pudesses (coisas, não
pessoas)
O mar, o peixe... e a língua
(vale?). (Vale, que eu sou boazinha).
6 – Em que é que sentes que a tua vida mudou para melhor e para pior,
com a mudança?
É inevitável falar de saudade.
Essa palavra tão nossa. Isso é, sem dúvida, o pior! Perder a capacidade de ter um
abraço da família e dos amigos quando nos apetece. Essa ausência de toque é
muito triste. Mas o melhor é que vim conquistar uma qualidade de vida que nunca
me passou pela cabeça ter em Portugal. E isso permite-me viver mais tranquila,
sonhar mais alto e desfrutar muito melhor dos dias que passo lá.
7 – Um conselho que darias a ti própria, se pudesses voltar atrás
no tempo:
Segue sempre o teu instinto. É
certo que não está sempre certo, ainda assim, está certo na maioria das vezes. (Certo!)
8 – Um conselho para a nossa geração (e para as futuras), dentro e
fora de Portugal:
Conseguir as coisas à velocidade
de um clique – só na Internet! O sucesso requer tempo, persistência e
paciência. E é muito importante sermos sempre fiéis a nós próprios para sermos
felizes durante toda essa jornada.
9 – O que achas essencial mudar em Portugal?
Eu já nem vou entrar pelas
questões políticas, porque isso é um bico de obra. Vou falar daquilo que cada um
pode mudar na sua vida sem depender do outro. Essa coisa de fazer tudo a meio
gás. “É suficiente, está bom então!”. Somos um povo incrível, cheio de talentos
e capacidades. Mas na hora da acção deixamos algumas coisas só pela metade. E outra
coisa– deixar de estar sempre a culpar os outros pelas coisas que falham nas
nossas vidas. A mudança tem que partir de nós. Ah, e espero que um dia os
empregadores comecem a valorizar os seus funcionários (seja em que área for) e
percam essa mania do “ninguém é insubstituível”, porque essa frasezinha tem
muito que se lhe diga.
10 – Onde te vês daqui a 5 anos? E daqui a 10?
Absolutamente impossível de
responder. Eu não sei onde me vejo daqui a um ano! Estou sempre à espera que a vida
me surpreenda. Se voltasse a Março de 2017 e dissesse à Ju “olha, daqui a um
ano vais estar a morar em Zurique e a falar alemão”, ela ia rir-se muito da
minha cara. Mas bem... Espero continuar a ter dias cheios de amor, espero já ter
viajado muito por essa altura e espero ter uma carreira que me concretize e me
faça feliz. AH! – E espero ter feito uma festa dos 30 anos memorável! :D
Gostei de ler! A Ju parece muito fixe! 😃 Também sou do norte...
ResponderEliminarGostei particularmente da resposta n° 8!
Beijinho grande ❣
Mulheres do Norte ❤
EliminarObrigada Ana Rita, beijinhos!
Às vezes temos mesmo de fugir para encontrar o nosso destino quando o nosso país não nos oferece as condições de que precisamos. E viva às mulheres do norte :D Adorei a entrevista, gosto sempre desde tipo de publicações!
ResponderEliminarhttps://mywanderingdayss.blogspot.pt/
Muito obrigada Marisa! É verdade, o mundo está aí para nós :) Um beijinho *
EliminarQue bela entrevista diria mesmo profissional
ResponderEliminarParabéns às duas e muitas Felicidades à entrevistada
Beijinhos e uma Boa Páscoa
Muito obrigada ❤ Um beijinho.
EliminarQue entrevista maravilhosa! Adorei a sua forma de pensar :)
ResponderEliminarMuito boa a entrevista.
ResponderEliminarQue tenha uma excelente Páscoa.
Beijos.
Obrigada Graça, um beijinho :)
EliminarObrigada Alexandra, um beijinho :)
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