Nos meus (quase) 27 anos de vida, sempre tive tendência a ter mais amigos rapazes do que raparigas. Não sou de andar aos abracinhos e aos guinchos nem de ir com companhia para a casa de banho, portanto, a coisa sempre foi funcionando assim. Neste momento, já tenho um bom grupo de amigas do sexo feminino, que fui seleccionando e acumulando ao longo dos anos e os amigos homens lá foram ficando para trás (verdade seja que, às vezes, também são difíceis de aturar).
Isto tudo para dizer que há uma coisa que não entendo. É ponto assente que a maior parte dos homens gosta de se gabar, desde tenra idade, que andou com esta e com aquela e que ainda teve tempo de dar umas voltas com a vizinha do andar de baixo. Tudo muito bem, cada um faz o que quer, não estou aqui a julgar ninguém. Mas, depois, quando se fala em casar ou, pelo menos, em assentar arraiais, querem uma virgem. Ora beeeem... sou só que noto aqui uma ligeira, pequenina, incompatibilidade? Se todas as mulheres esperassem virgens até ao casamento, primeiro arriscavam-se a uma vida de infelicidade porque vai daí que o gajo não faz a mínima ideia do que está a fazer? Depois do papel assinado, não é impossível voltar atrás, mas vai-se ter muito trabalho que poderia, facilmente, ter sido evitado. Segundo, ia ser um bocado difícil aos homens andarem com esta e com aquela porque esta e aquela iam estar a guardar-se para o casamento. Hipocrisia? No mínimo. Isto de querer o melhor dos dois mundos, às vezes, é complicado.
Outra coisa que não entendo, é que todos gostam de olhar para o mulherio com quem se cruzam e tecer comentários, uns mais elogiosos que outros. Mas ai do gajo que fizer isso à irmã mais nova ou, pior ainda, a uma filha! Pois, tenho uma novidade para vocês: não há irmã mais nova, namorada, esposa, mãe, prima ou filha que escape a uns olhares mais atenciosos de vez em quando e a um ou outro comentário (e coisas piores, de vez em quando, mas não estou a tentar provocar um AVC a ninguém). Aprendam a viver com isso. Enquanto os homens gostarem de assediar, as mulheres vão ser assediadas. Nós já fizemos as pazes com o assunto, mas parece-me que os homens não.
Não estou, de maneira nenhuma, a defender a promiscuidade (masculina ou feminina), mas acho essencial existir um meio termo. Quando me dizem "quando for a tua irmã mais nova, vais perceber" posso dizer, sinceramente, que não, não vou perceber. Espero, do fundo do coração, que nenhuma das minhas irmãs mais novas case com o primeiro pamonha que encontrar, porque isso tira a piada toda à coisa e não lhes vai dar oportunidade de descobrirem o que realmente querem e gostam. E digo o mesmo em relação aos meus irmãos mais novos (sim, somos uma grande família). Ao mesmo tempo, não fazia sentido querer que os meus irmãos, porque são rapazes, andassem com meio mundo e ficar à espera que as minhas irmãs se fechassem em casa a sete chaves, porque são meninas e parece mal. Se elas quiserem e forem felizes assim, isso já é outra história, mas quero que elas pensem pela cabeça delas e que não sejam influenciadas pelos preconceitos de uma sociedade extremamente desigual. Igualdade é podermos ter todos direito às mesmas escolhas sem sermos julgados de maneira diferente, com base no nosso género. E tudo começa em casa, quando nos parece bem que o nosso filho tenha 5 namoradas diferentes ao mesmo tempo, mas a nossa filha não pode sair de mini-saia à rua.
Parabéns pelo teu texto! :)
ResponderEliminarEstá excelente e estou completamente de acordo!
Até à Universidade sempre tive mais amigas que amigos. Realmente é verdade, parece que a grande maioria dos homens adora fazer comentários sobre mulheres mas ai de alguém que faça o mesmo a uma irmã ou amiga. Absurdo. Felizmente não me incluo nesta categoria primitiva do sexo masculino.
ResponderEliminarRicardo, The Ghostly Walker.
Concordo contigo!! Sempre gostei de ter amigos rapazes mas eles às vezes não se aturam ahahah,,
ResponderEliminarhttp://fashionwalkinbrussels.blogspot.com/
Concordo contigo!! Sempre gostei de ter amigos rapazes mas eles às vezes não se aturam ahahah,,
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