La vie en France #5

Eu sei, eu sei que falo muito mal de França e dos franceses. Continuo a apoiar tudo aquilo que já disse, assim como acho muito importante desmistificar um bocado o conceito de que tudo o que não é Portugal é que é bom, o que é uma grande mentira.

Mas, França também tem muitas coisas boas, caso contrário eu não estaria aqui, não é verdade? Portanto, hoje que estou bem disposta, vou deixar-vos com algumas:

1. Pain au chocolat. Na minha terra, chama-se panike de chocolate, que vai dar basicamente ao mesmo, mas aqui tem outro encanto.
2. Queijos. Os nosso são óptimos, mas os franceses não ficam nada atrás.
3. Toda a gente diz bom dia, por favor, obrigada e adeus. Toda a gente. Sempre. Numa loja, numa sala de espera, num café. (Se depois vocês caírem ao chão e racharem a cabeça, o problema é vosso, que parar para ajudar já dá muito trabalho. Mas continuam a ser muito educados, provavelmente vão pedir licença antes de se desviarem para não vos porem um pé em cima).
4. A Segurança Social comparticipa todo o tipo de consultas na área da saúde: dentista (palminhas!!!), fisioterapia, enfermagem, exames... tudo. E para toda a gente. 
5. A julgar pela quantidade de crianças que andam aos gritos e aos pulos pela rua, deve ser um bom sítio para ter filhos. Mas ainda não explorei muito esta questão.
6. Não há tantos animais abandonados na rua como em Portugal.
7. Os horários de trabalho são mais reduzidos e ainda não conheci ninguém que não tenha uma folga a meio da semana (devem existir, mas ainda não conheci ninguém),
8. Férias. Para quem acha que em Portugal temos muitas férias (esses imberbes, que acham que os portugueses só têm é que trabalhar e, de preferência, a troco de nada, para que eles continuem a encher os bolsos às custas da "crise"), em França há mais dias de férias. Para quem trabalha e, também, para os meninos nas escolas: por cada seis semanas de aulas, têm duas de férias (sem contar com as do Natal, da Páscoa e do Verão).
9. Café gourmand. É o terceiro tópico em que falo de comida. Mas não o podia deixar de lado.
10. Este é o mais óbvio: os salários. Continuo a achar que mais vale vir para França servir à mesa, do que estar a trabalhar em Portugal, em alguns empregos de mais responsabilidade, para os quais investimos em formação. Claro que é impossível viver em Paris com um salário mínimo francês (que é só mais do dobro que o português) mas, excluindo a capital, consegue-se uma vida bastante decente e sem se andar sempre a contar tostões. Não estou aqui a servir às mesas, não estou aqui a ganhar o salário mínimo, mas posso dizer que não me imagino, em momento algum, a conseguir ganhar em Portugal o que ganho aqui, pelas mesmas horas de trabalho.