quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Lar, doce lar

Ultimamente, o Porto anda nas bocas do mundo. Melhor destino europeu pela segunda vez, tem o McDonald's mais bonito do mundo, tem uma das livrarias mais bonitas do mundo (a famosa livraria Lello, que já conta com mais de 100 anos), tem uma arquitectura única e uma história singular. Quando eu digo a alguém que sou do porto a resposta é sempre uma destas duas "não conheço, mas já ouvi falar muito bem" ou "já lá estive e adorei!".
Nos últimos anos, as ruas da baixa do porto encheram-se de turistas. É impressionante como, de repente, ficou mais difícil encontrar alguém que fale português. É ver grupos de turistas com os seus guias e de máquina fotográfica em riste, é ver casais apaixonados que vieram fazer uma escapadela romântica, é ver famílias inteiras a apontar para tudo com um ar espantado. Não é para menos. O Porto é lindo. Mais do que ser lindo, o Porto é único. É diferente de tudo, com as ruas inclinadas, com os seus milhares de tons de cinzento, com o seu sotaque e as suas gentes particulares, com as francesinhas, com os barcos rabelos, com o rio Douro, o mar, a ribeira, as pontes, as muralhas, aquela decadência encantadora, tudo nos faz sentir que viemos parar a um lugar realmente especial. 
O Porto é o sítio ideal para quem quer arranjar problemas... é tudo gente que ferve em pouca água. Mas também é o sítio ideal para quem precisa de ajuda. Podem precisar da coisa mais insignificante do mundo... que a rua inteira vai parar para vos ajudar. Como quando o meu carro morreu perto de casa da minha avó. Eu não fiz nada, fiquei só a olhar e em 5 minutos o funcionário do supermercado, o instrutor da escola de condução e um senhor que ia, simplesmente, a passar na rua puseram-me o carro a andar outra vez, diagnosticaram o problema e disseram-me qual era o melhor sítio para o levar. Assim, tão simples quanto isto.
Faz-me muita confusão viver num sítio onde as pessoas não se ajudam. Em Viseu, por exemplo. Adorei a cidade, é um sítio maravilhoso para se viver (cidade portuguesa com mais qualidade de vida e com todo o mérito), mas não é a mesma coisa. Não é a minha casa, para começar. E não há as mesmas pessoas. E aqui em Troyes, então, nem se fala. Desde do dia em que encontrei um menino que se tinha perdido da mãe e não houve uma única alma caridosa que se tenha oferecido para me ajudar (a mim ou a ele, porque ele já estava a chorar no meio da rua quando eu passei), fiquei mesmo desiludida. As pessoas aqui são simpáticas, mas falta-lhes o espírito ao qual tão bem me habituei.
Porto, Porto, Porto... que saudades que tenho. E que orgulho, também.

2 comentários:

  1. Costumo dizer que perfeito, perfeito, seria Lisboa com as gentes do Porto...gosto muito do Porto mas enquanto cidade não tocaria por Lisboa, mas as gentes do Porto são 5 estrelas...

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  2. Finalmente vou conhecer o Porto este Verão! Tenho uma grande curiosidade e uma grande vontade de conhecer essa cidade tão linda! Se tudo correr bem, vou passar três a V.N. Gaia e vou andar a passarinhar pelas ruas da cidade Invicta :)

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