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terça-feira, 26 de abril de 2016

Rain, rain, go away...

... come again another day. De preferência, um dia em Outubro, daqui a 6 meses, e deixa-nos aproveitar a primavera, por favor. 

A primavera chegou há um mês e houve ali uma altura em que eu ate já estava a ficar animada e mais bem disposta e com vontade de ir às compras e de pensar nas minhas férias. Pois que este fim-de-semana voltou a chover, arrefeceu imenso e eu, que já me estava a preparar para lavar e guardar o meu edredão de inverno, voltei a deparar-me com noites em que os termómetros chegam aos 0ºC e, não só tive que deixar o edredão no sítio, como tive que ir buscar os pijamas de inverno. Toda uma tristeza!

E eu não preciso de tristezas nesta fase da minha vida, que já anda triste por si só. A Isabel (uma das minhas melhores amigas, que vivia em Troyes e é a razão pela qual eu vim para cá trabalhar) foi embora no início do ano e está a começar a ser difícil estar aqui. Nos fins-de-semana acabo sempre por ir a casa de alguém ou ter alguém a vir a minha casa, mas o problema tem sido o dia-a-dia. Acordar, ir trabalhar, sair do trabalho e voltar para casa. Para o silêncio das minhas quatro paredes. Todos os dias. Ando numa fase de desmotivação profunda e isso tem-se notado no blog, peço desde já desculpa. Só me apetece fazer as malas e ir embora. Mas ir embora para onde? Portugal continua a estar um bocado fora de questão, o desemprego não me apela minimamente e ser explorada apela-me ainda menos. E depois há outra questão, já há quase 2 anos que estou aqui, já me habituei ao meu trabalho e às minhas colegas, sobretudo à minha assistente, e não me apetece deixar estas pessoas todas para trás. Mas, depois dou por mim a passar o dia inteiro em pijama e odeio esta sensação de nada para fazer, literalmente, nada. E sei que tenho que mudar. Não sei para onde, não sei quando, não sei como. Mas dei a mim mesma até ao fim do ano para me decidir. 

Se dependesse só de mim, pegava já nas coisas e ia para uma ilha tropical trabalhar em frente à praia (Martinica, me aguarda). Mas não depende só de mim, tenho um namorado em Portugal, que não está nada decidido a sair de lá. Decisões, decisões. Ser adulto é espectacular, toda a fase da minha vida em que os meus pais tinham o direito de decidir por mim foi horrível. Bem, não toda, fui uma criança muito feliz, mas lá pelos 11 anos, com o divórcio e todo o circo que veio atrelado, foi horrível. E agora não é horrível, agora é perfeito. Mas é difícil na mesma. 

Bem, sol, espero que apareças em breve, porque tenho a certeza que me vou sentir muito melhor!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Friends will be friends

Ouve-se muitas vezes dizer que nos momentos difíceis é que se vê quem é nosso amigo de verdade. Que só quem gosta de nós é que fica do nosso lado. Será, muito provavelmente, verídico, não estou aqui para dizer o contrário. Só quando gostamos de alguém o suficiente para nos preocuparmos com o seu bem estar, é que nos damos ao "trabalho" de lhe ouvir os desabafos e de lhe secar as lágrimas. 

No entanto, nos últimos tempos, a vida tem-me ensinado uma coisa da qual não estava nada à espera... nos bons momentos, também se descobrem os amigos verdadeiros. Não digo os bons momentos em que tivemos uma grande nota num trabalho da faculdade ou recebemos uma óptima notícia: nesses momentos toda a gente fica super feliz por nós. Mas quando a vida começa simplesmente a correr bem, e se mantém assim, aí a coisa começa a complicar. Aparentemente, é mais fácil ser-se amigo de alguém que está numa situação pior do que a nossa. Que tem um emprego pior, uma relação mais difícil, uma família mais complicada. Mas, tenho aprendido que não é toda a gente que consegue lidar com o sucesso e a felicidade dos outros. Pessoas que tomávamos por amigas de verdade, de repente desaparecem e começam a responder a mensagens simplesmente quando precisam de alguma coisa ou quando, por alguma razão, nos sentimos mais em baixo. Quando nos sentimos em baixo, estão sempre prontas para nos ouvir. Mas a nossa felicidade passou a ser demasiado para eles, a ponto de uma pessoa se sentir mal por estar bem.

Quando vim para França, naturalmente, estava à espera que muita coisa mudasse em relação ao meu círculo de amigos. Deixei de estar tão presente, não vou a festas de aniversário, nem a jantares, nem a casamentos... Portanto, não podia estar à espera que tudo se mantivesse igual. No entanto, e apesar de já estar a contar com algumas partes do que aconteceu, não pude deixar de me surpreender com algumas pessoas. Com umas pela negativa mas, felizmente, também houve quem me surpreendesse (e muito!) pela positiva.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Coisas desta vida

Ser mulher é uma coisa muito complicada.

Todos os meses nos transformamos em criaturas insuportáveis por um breve (mas doloroso e intenso) período de tempo. Cabe-nos a nós carregar crianças durante 9 meses, deitá-las cá para fora e, depois, criá-las (tudo isto ao mesmo tempo em que, muito provavelmente, ainda temos que criar aturar um homem). E como se não bastasse, ainda temos que lidar com as revistas femininas. Que, supostamente, existem para nos ajudar. Para nos guiar nos caminhos tortuosos da feminilidade, uma luz ao fundo do túnel para nos ajudar a equilibrar tudo aquilo que nos é exigido: sermos lindas, magras, andarmos bem vestidas, termos uma vida profissional activa, ao mesmo tempo que somos fadas do lar e namoradas/mulheres/mães exemplares, tudo isto sempre com a manicure impecável, que ninguém gosta de olhar para unhas mal tratadas.

Mas o que é que as revistas femininas fazem por nós, na realidade? Nada, a não ser deixar-nos confusas e miseráveis. Num artigo estão a dizer-nos que não nos devemos preocupar com o nosso peso e que devemos aprender a aceitar o nosso corpo como ele é, para umas páginas mais à frente nos virem com um plano fantástico para perdermos 5kg numa semana e, no fim da revista, acabarem em beleza com uma receita de qualquer coisa extremamente calórica. Falam-nos nas maravilhas de ser uma mulher independente, para depois nos virem debitar "10 maneiras de conquistar o homem dos teus sonhos". 

Queridos editores destas revistas: eu só quero ficar a par das tendências da próxima estação, não quero ter uma crise existencial. Obrigada.







segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

7 coisas a não fazer no dentista

Hoje estou de folga e, uma vez que tenho uma mala para fazer e estou a adiar essa tarefa o mais possível (não é que não esteja com vontade de ir para casa, estou é com preguicite aguda), decidi partilhar convosco alguns ensinamentos básicos, nada de muito científico, só meia dúzia de coisas práticas para quando forem ao dentista. 

Apesar de ser uma das profissões com maior taxa de suicídio a nível mundial (true story), em Portugal continuam a sair dentistas das faculdades todos os anos que nem pães quentes. Uma grande parte vai para o desemprego, uma grande parte vai ser escravizado (como eu fui), uma outra parte vai emigrar (como eu acabei por fazer). Mas, como não se consegue fazer as pessoas acreditar que ser dentista em Portugal não vale (de todo) a pena, vou deixar aqui alguns ensinamentos dirigidos aos pacientes, a ver se a coisa pega  e se facilitam um bocado a vida aos desgraçados (é favor não ficar ofendido e ver o lado humorístico da coisa).

Ora, aqui vão eles:

  1. Não comecem a conversa com "Não gosto nada de dentistas!". É meio caminho andado para também não gostarmos de vocês e não vale a pena começar logo com o pé esquerdo.
  2. Esta é para as senhoras: por favor, não ponham batom. Por favor. Não queremos saber se é a última moda, vai deixar os materiais todos cagados e depois nós é que ouvimos a assistente a queixar-se.
  3. Não se queixem de que a posição da cadeira é desconfortável, a menos que estejam a pensar pagar-nos uma massagem (se for esse o caso, então estão à vontade). Vocês estarão desconfortáveis durante um período de tempo bastante limitado, já as nossas costas/pescoço/braço/ombro sofrem o dia inteiro.
  4. Não nos digam "eu tenho muitas cáries, mas é porque é genético, toda a gente na minha família tem muitas cáries!". Simplesmente, porque não. Combinado?
  5. Quando dizemos "abra bem a boca, por favor", não é preciso arregalarem os olhos ao mesmo tempo que abrem a boca. Se bem que, pensando melhor, podem continuar a fazê-lo. Não deixa de ter a sua piada.
  6. Não venham para a consulta em jejum, salvo ordens em contrário. A combinação jejum+stress+anestesia não costuma dar bom resultado.
  7. Não nos cuspam em cima. Engulam, aguentem, façam o que for preciso. Mas não-nos-cuspam-em-cima. 
  8. Não se queixem de que tudo é caro. Não fazem a mínima ideia de quanto um gabinete gasta em esterilização, material, luvas, desinfectantes, etc, etc, etc. E, se acham que ganhamos de mais, vão sempre a tempo de tirar o curso (e depois vão ver que não ganhamos assim tanto. Pelo menos, não em Portugal).
Bem, e é isto. Vou ver se trato da mala, que parece mesmo que ela não se vai fazer sozinha! 


sábado, 23 de janeiro de 2016

Da próxima vez que...

... eu vier das compras e o meu namorado perguntar "O que é isso tudo?", vou dar uma de Rainha Santa Isabel e responder "São rosas, senhor, são rosas".

Irra.


domingo, 13 de setembro de 2015

Hoping for monday

Hoje dei por mim ansiosa pela segunda-feira. Não porque o dia tenha sido mal passado, que não foi, mas porque está a tornar-se muito mais fácil trabalhar do que fazer outra coisa qualquer.
No trabalho não tenho tempo para pensar nos meus problemas. No trabalho não tenho, sequer, tempo para ter problemas. No trabalho, os problemas não são meus, são dos pacientes e eu tenho os meios de que preciso para os poder resolver, que é bem mais do que posso dizer sobre os meus próprios problemas. No trabalho, não tenho ninguém que me possa desiludir (tenho pacientes que, às vezes, me irritam solenemente, mas não posso dizer que me desiludam).

Quando penso em mim, sou obrigada a dizer que fui uma criança muito feliz. Até ao dia em que dei por mim no meio duma guerra que não me dizia respeito e da qual não queria fazer parte. Dei por mim a tentar fazer malabarismos entre o meu próprio sofrimento e o sofrimento em que via outras pessoas, a tentar fazer os possíveis para não desagradar a ninguém enquanto tentava continuar a ser uma criança e, depois disso, uma adolescente. Sim, porque não há nada de que uma adolescente sensível com as hormonas ao rubro precise mais do que dramas familiares em relação aos quais não pode fazer nada, senão assistir e rezar para que tudo acabe depressa. Inevitavelmente, cheguei à idade em que me começou a ser permitido decidir o que queria. E os dramas continuavam, alguns diferentes, alguns iguais, mas todos continuavam a não me dizer respeito. O problema de ter idade para decidir o que queria é que eu não fazia a mínima ideia do que queria, só do que não queria. Fiz muita gente zangar-se, imagino que os tenha magoado também, mas quem não aguentava mais ser magoada era eu e, a bem da verdade, não tinha sido eu a começar isto. Tive que ser egoísta, mas foi uma altura muito decisiva na minha vida: ou virava às costas, ou nunca mais ia conseguir sair do buraco negro em que vivia. Hoje estou contente por ter virado as costas. Com o tempo, os ânimos acalmaram-se, as relações restabeleceram-se, nunca mais seriam as mesmas, mas ao menos não estavam perdidas. Consegui deixar o que era mau para trás das costas, mas tudo deixa marcas.

Hoje, considero-me uma pessoa feliz. Tenho as minhas pancas, mas ora bolas, quem é que não tem? Aprendi muita coisa ao longo dos meus 26 (quase 27!) anos e tenho muito mais experiência de vida do que alguém com a minha idade deveria ter. Mas tenho-a e não me é inútil. Mas aqui entra a parte que me faz rezar para que seja segunda-feira. Aqui entra a parte em que as várias partes do meu cérebro andam à luta umas com as outras, o que resulta em dores de cabeça monumentais. Dum lado, tenho a pessoa minimamente normal que considero ser e que gostava de um dia assentar arraiais e ter a sua própria família, com direito a casa, cão, putos ranhosos e tudo. Do outro lado, tenho a pessoa que viveu a minha vida e que acha que eu estou louca, que nem sequer sei o que é ter uma família, como é que vou ser capaz de criar a minha, por amor aos santinhos, que me deixe de ideias malucas que já há demasiadas crianças traumatizadas no mundo, não preciso de arranjar mais umas.

Será que conseguimos ser diferentes do que os exemplos que tivemos toda a vida? Gosto de acreditar que sim, mas continuo a ter as minhas sérias dúvidas. 

E é para deixar de pensar em tudo isto que quero desesperadamente que seja segunda-feira.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Vamos falar de moda

É sabido que os franceses são tidos em conta como pessoas sempre na vanguarda da moda, pessoas do bom e do chique, que destilam estilo e auto-confiança pelos poros. É aquele je ne sais pas quoi que os distingue do resto do mundo, pobres plebeus que somos aos seus pés. Pois bem, se o vosso sonho é ser um(a) parisiense cheio(a) de pinta, estão com sorte, pois decidi partilhar convosco algumas coisas que tenho vindo a aprender desde que cá estou (vai ser desta que me mandam de volta com bilhete só de ida).

Vamos começar pelo cabelo. Na realidade, este tópico é muito simples. Francês que é francês gosta pouco de água, sabão e de todos os artigos com os mesmos relacionados. É só não lavar o cabelo durante alguns dias e, quando tiverem a cabeça a cheirar bem a óleo, fazem o penteado mais do chique e do bom de que se lembrarem, que eles limpos não são, mas gostam na mesma de andar bem arranjados. Outra opção é pegarem na mola do cabelo das cabeleireiras, prenderem o cabelo com ela, literalmente, de qualquer maneira e estão prontinhas para sair à rua. 

Passemos, então, ao dress code. Neste aspecto, acho que a coisa até não está má de todo. Muitas bolinhas, riscas e lacinhos, que a malta por aqui gosta é de fofinhice (acho que acabei de inventar uma palavra). Calças a afunilar e com os bordos virados para cima, para o menino e para a menina e, claro, o belo do mocassin. Não sei é até que ponto podemos adoptar o vestuário deles com sucesso, o que é uma pena, porque o vestuário até é o que de melhor haveria para aproveitar, mas a malta por aqui é toda muito magra. Coxas, ancas, rabos (até mesmo braços!) são tudo conceitos que não existem. Pauzinhos secos, como diria a minha avó, e, obviamente, com roupas próprias para esse efeito. Ora, digo eu, que isto não vai cair muito bem nas formas de 99% da população portuguesa (eu, incluída).
Ainda dentro do tópico do vestuário, é importante referir que, apesar das coisas serem bonitas e andarem bem conjugadas, não é obrigatório que estejam limpas. E isto aplica-se também à moda infantil. Passo a exemplificar: quando eu era pequena, o dia de ir ao médico era todo um acontecimento, que incluía tomar banho, lavar o cabelo e vestir-me da cabeça aos pés com roupa imaculada, acabada de lavar e a cheirar a fresco. Aqui, são muito mais para a frente e não há cá preconceitos desses. Os pais aparecem-nos nas consultas, às 8 da manhã, com os seus rebentos cheios de nódoas na roupa, sarro nas unhas e dentes por lavar. É o chamado look "acabado de chafurdar na terra", só que usado logo de manhã, pela fresquinha, que é o que o torna tão especial.

E, agora, passemos aos acessórios, que também são a coisa mais simples que pode haver. Enfiem a baguete no sovaco e está a coisa feita, tudo o resto é paisagem.

Por último, a fragrância, não fosse França o berço dos perfumes. Um perfume extremamente utilizado aqui pelo mulherio é o Alien, da Thierry Mugler, que até não é mau (apesar de se tornar um pouco enjoativo quando é usado por tanta gente), mas que não interessa para esta história. O cerne da questão aqui é, mais uma vez, a falta de higiene pessoal. Mas tem que ser uma coisa assim em grande, não podem saltar o duche uma ou duas vezes por semana, que isso é para meninos. Quando conseguirem sair da fila do supermercado e, 15min depois, a menina da caixa ainda estiver azul de suster a respiração, então aí já sabem que conseguiram.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

What is privilege?

Huffington Post publicou este vídeo, super simples e super interessante, sobre "privilégio". Acho que vale mesmo a pena "perderem" dois  minutos do vosso tempo para o verem e, quem sabe, ganharem uma nova perspectiva sobre o assunto. Não é super emocionante, nem vai mudar a vossa vida, mas vale a pena.

Aproveito para relembrar que o blog agora tem uma página de facebook (palminhas!!!). Vá, toca a ir fazer like e, quem sabe, haverá uma surpresa.



domingo, 5 de julho de 2015